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As eleições de 2018 consagraram políticos que se diziam comprometidos com princípios liberais na economia, como o presidente Jair Bolsonaro e os governadores João Doria (SP) e Romeu Zema (MG).
Mas dois itens usualmente associados a esse ideário, privatizações e redução das leis trabalhistas, são rejeitadas pela maioria dos brasileiros: 60% e 57% dos ouvidos pelo Datafolha sobre as práticas, respectivamente, discordam delas.
A pesquisa, realizada em 18 e 19 de dezembro, ouviu 2.077 pessoas em 130 cidades. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou menos. Ela aponta que 34% concordam que o governo deve vender o maior número possível de suas empresas. Outros 5% não têm opinião formada, e 1% se diz neutro.
Tema presente de discussões eleitorais desde o pleito de 1989, a venda de estatais passou os anos do PT no poder (2003-2016) como um tabu.
É um clássico do marketing político o efeito que a associação entre o PSDB e a prática teve na candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência em 2006. O tucano chegou a envergar um macacão com logomarcas de estatais, só para terminar o segundo turno com menos votos do que o primeiro, sendo derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Hoje, apenas entre partidários da sigla de Bolsonaro, o PSL, o apoio às privatizações é majoritário: 65% defendem a medida. Já entre aqueles que simpatizam com o PSDB, partido historicamente ligado à privatização devido às ações do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), o número cai a 41%. Os petistas estão na ponta contrária, com o menor apoio entre quem declara simpatizar com partidos (29%).
Fonte: Folha de São Paulo