No dia 24 de julho de 1991, em assembleia, foi fundada a ABCP. A criação do Fundo de Greve aconteceu durante a campanha reivindicatória de 1991. Vinte anos depois, em 14 de outubro de 2011, foi consolidada em assembleia a separação da ABCP em relação ao Sindicato. A desvinculação era necessária, pois em caso de greve a Justiça poderia bloquear as contas do Sindicato, prejudicando o fundo construído pelos trabalhadores.
Abaixo, listamos um breve histórico de lutas do Sindicato. Tivemos muitas conquistas, sempre com mobilizações. E algumas vezes tivemos companheiros demitidos, daí a enorme importância do Fundo.

[1964]
Ano do Golpe Civil-Militar. Foram demitidos e caçados 39 companheiros de nossa base. Desses, 21 eram dirigentes sindicais. Foram afastados da empresa e processados pelo regime. Alguns foram presos por vários anos simplesmente porque eram socialistas. Outros, por pararem a produção da RPBC. As famílias destes companheiros passaram por extremas dificuldades de ordem financeira e psicológica. Mensalmente, a categoria fazia recolhimento de doações financeiras para ajudar a família dos valorosos companheiros.

[1990]
Ano em que a categoria realizou greve com parada de produção. Alguns companheiros foram inclusive demitidos, sendo reintegrados alguns anos depois.

[1991]
Ano em que a categoria aprovou a criação do Fundo de Greve, hoje ABCP. Ela foi criada antes da deflagração da greve, que durou 13 dias e contou com parada de produção. Foi a greve mais organizada da categoria, que enfrentou a empresa e só voltou ao trabalho no final do movimento com a anulação de todas as punições. Foi uma greve sem demitidos e sem punidos. A união foi o sucesso do movimento, que defendeu nossos direitos e principalmente a manutenção do monopólio estatal da Petrobrás.

[1995]
Se enfrentando com o governo neoliberal de FHC, foi a greve mais longa da categoria, 32 dias nacionalmente e 33 dias em nossa base. Foram demitidos 17 companheiros da RPBC e todos foram assistidos pelo Fundo de Greve durante nove anos. Foram reintegrados no governo Lula com anistia e acordo de 80% na sua reintegração.