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Preço internacional
Desde maio de 2016, quando Pedro Parente foi nomeado presidente da Petrobrás por Michel Temer, a política de preços dos combustíveis da empresa passou a ser atrelada às variações do mercado internacional. Com isso, qualquer fator externo, seja conflito na Síria, ataque terrorista em Londres ou uma mensagem twittada por Donald Trump, pode aumentar o preço do combustível aqui.
Segundo Parente (que assim como alguns dos nossos, queremos que continue longe), essa política aumentaria a competitividade da empresa e com isso, valorização de suas ações na bolsa e, consequente, retornaria em lucro para os acionistas e investidores. Parente tirava, e seu sucessor, Ivan Monteiro, tira dessa conta o papel social da Petrobrás, que por ser parte da União, e portanto do povo brasileiro, teria que absorver a volatilidade dos preços do mercado estrangeiro, beneficiando diretamente a população. É fato que o aumento dos combustíveis dos últimos dois anos foi muito além da inflação.
Redução da produção/aumento da importação
Não fosse o bastante manter a Petrobrás apenas como uma empresa do ramo de petróleo, dando lucro a investidores e deixando a população à mercê da ganância dos empresários donos de postos de combustíveis, Temer mandou diminuir a produção nas refinarias do país, que hoje operam com menos de 60% de sua capacidade.
Essa redução foi arquitetada para aumentar o custo de produção no país e com isso incentivar a importação de derivados de petróleo de países como EUA, que hoje importa 80% do combustível que consumimos no Brasil. No geral, em 2017 houve aumento de 62,8% das importações de óleo diesel, combustível mais consumido do Brasil. Já as compras externas de gasolina, de novembro de 2016 ao mesmo mês de 2017 cresceram 53,8%.
Carga Tributária
Atualmente 46% do preço do combustível são para pagar impostos. Desses, 30% é de ICMS; 16% Cide Pis/Pasep e Cofins. No mais, 13% são custos com etanol anidro, que na composição na bomba representa 27% do combustível comercializado, e 12% para a distribuição e revenda. Em julho de 2017 o governo aumentou o PIS Cofins incidente sobre a gasolina, passando de R$ 0,38 para R$ 0,79 por litro. A medida foi considerada burocrática e ineficiente até mesmo para setores da economia que apoiaram o novo governo. O aumento do imposto foi alternativa de Temer para driblar a decisão do STF, que excluiu o ICMS da base de cálculo desses dois tributos.
Ao invés de reduzir o tributo, Temer decidiu dobrar a contribuição e aumentar com isso a arrecadação de impostos, acabando com qualquer possibilidade de redução no valor do combustível. Juntas, Cide Pis/Pasep e Cofins representam hoje cerca de R$ 0,89 no litro do combustível.