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Mulheres da Baixada Santista fazem ato contra feminicídio, violência policial, racismo, privatizações
06/03/2024
Redação ABCP
Concentração será na Praça da Independência, a partir das 17h, e ato às 19 horas, na Praça das Bandeiras.
A manifestação é organizada por diversas entidades da sociedade civil, mulheres independentes e coletivos feministas, partidos progressistas, sindicatos de trabalhadores. Além do mote “Mulheres contra o Capitalismo e o Racismo! Não às privatizações, à violência policial e ao feminicídio”, outros temas fazem parte da agenda feminista, entre esses: Ditadura nunca mais; Mulheres contra o fascismo; Sem Anistia aos golpistas; Defesa do aborto seguro e da justiça reprodutiva; Envelhecimento Saudável e Dignidade Menstrual.
A atividade será iniciada com exposição do Varal de denúncia com dados sobre o feminicídio, bordados feministas e espaço para as crianças, na Praça da Independência, no Gonzaga, a partir das 17h. Na sequência, às 19h, os participantes seguem, em caminhada, à Praça das Bandeiras, no mesmo bairro, para a realização do ato.
AS MULHERES CONTRA O CAPITALISMO E O RACISMO
A mulher é a primeira vítima do capitalismo, principalmente aquelas que estão na base da pirâmide social, as mulheres negras e indígenas – realidade que se encontra na maioria nos países do Sul e aumenta as desigualdades e a pobreza entre as nações periféricas e os centros (países desenvolvidos do Norte Global).
AS MULHERES DIZEM NÃO À VIOLÊNCIA POLICIAL
São as mulheres negras também – não por acaso a maioria nas periferias das cidades onde ocorre a Operação Escudo do Governo do Estado de São Paulo – que choram pelo assassinato de seus companheiros, filhos, netos e vizinhos. Entre 1º de janeiro e 20 de fevereiro de 2024, o número de pessoas mortas por policiais militares, na Baixada Santista, já totaliza 54 - um triste recorde desde 2017, quando teve início a série histórica do Ministério Público.
Neste 8 de Março somamos nossas vozes a dessas mulheres e reiteramos: não podemos normalizar o absurdo! Além das mortes, relatos dão conta de uma série de abusos, opressões e ameaças por parte da polícia racista e fascista do estado de SP. Isto precisa acabar! A luta feminista também passa por exigir o fim da política de extermínio dos jovens pobres, a maioria negros. Basta de tanta dor!
AS MULHERES DIZEM NÃO ÀS PRIVATIZAÇÕES
O processo de privatização de serviços públicos afeta a vida de toda a classe trabalhadora, recaindo o maior prejuízo nas famílias mais pobres e marginalizadas da sociedade, na maior parte das vezes, inclusive, chefiadas por mulheres negras, porque sofrem com o aumento dos preços para a subsistência ou nem acessam esse consumo mínimo.
A privatização da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) preocupa a sociedade. Um serviço essencial não deveria ser utilizado para geração e concentração de lucro nas mãos da iniciativa privada em detrimento do bem maior que é garantir o acesso de todos à água potável e ao saneamento básico. Quem deve prover esse serviço essencial é o poder público.
Se hoje, a Sabesp não fornece água e esgotamento para regiões como a Vila Gilda, por exemplo, privatizada o cenário tende a se agravar. No bairro da Alemoa (Chico de Paula), cerca de 200 famílias não têm acesso à água potável. Em Santos, são mais de 100 assentamentos irregulares sem esse atendimento. A água é um direito universal, já devidamente reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU). Todas em defesa da Sabesp e das empresas públicas.
AS MULHERES DIZEM NÃO AO FEMINICÍDIO
Hoje, na Baixada Santista, uma mulher morre, por mês, somente por ser mulher. No Brasil, quatro mulheres morrem por dia vítimas desse crime.
Em 2023, no Estado de São Paulo, a cada dois dias uma mulher foi vítima de feminicídio, totalizando 221 mortes. No mesmo ano, o governo estadual promoveu um corte de recursos significativo na ordem de 97,1%, nas delegacias da mulher 24 horas.
O racismo e a LBTQI+fobia vitimizam ainda mais mulheres: mulheres negras representam 62% das vítimas de feminicídio no Brasil. E, pelo 14° ano, o Brasil segue sendo o país que mais mata pessoas trans. Basta!
Por isso, reafirmamos que o nosso feminismo não pode ser outro senão um feminismo classista antirracista na defesa daqueles e daquelas que produzem a riqueza, que é a maioria da classe trabalhadora que nem são considerados como tal, o povo negro, as mulheres negras!
Outro mundo somente será possível quando superarmos o capitalismo patriarcal racista, quando nós mulheres, de fato, alcançarmos o status de humana, e sejamos todas, todos e todes sujeitos de direito, independente de gênero, raça e classe social.
ENTIDADES QUE ORGANIZAM O 8M2024
Bordallo Cultural
Centro dos Estudantes de Santos
Coletivo Ana Montenegro
Coletivo Feminista Classista Antirracista Maria vai com as Outras
Coletivo Feminista Unifesp
Coletivo Linhas de Santos
Coletivo Maria Carolina de Jesus/Unifesp
Consciência pela Cidadania (Concidadania)
Gabinete vereadora Débora Camilo
Instituto Cultural Barong
Instituto Energia
Livres Cooperativa
Movimento de Mulheres Olga Benário
Mulheres Independentes
Partido Comunista Brasileiro /Reconstrução Revolucionária (PCB/RR)
União da Juventude Comunista (UJC) Santos
Promotoras Legais Populares (PLPs) Praia Grande
Promotoras Legais Populares (PLPs) Santos
Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) Santos
Partido dos Trabalhadores/Secretaria de Mulheres e Juventude do PT
Sindicato funcionários de Cubatão/Intersindical
Sindicato dos Bancários de Santos e Região
Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Santos (Sindserv)
Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista (Sindipetro-LP)
União da Juventude Socialista (UJS) Santos
União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES) Santos
Unidade Popular pelo Socialismo (UP)/Movimento Luta de Classes (MLC)
PROGRAMAÇÃO
Praça da Independência: concentração às 17 horas.
Espaço para as Crianças, Oficina de Cartazes, Varal Feminista
Caminhada
Praça das Bandeiras – Ato às 19 horas