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* Sérgio Salgado, aposentado petroleiro da área administrativa da CAFOR/RPBC e ex-diretor da diretoria eleita do Sindipetro-LP, em 2006.
O início do novo século, longe de trazer esperança ao sindicalismo de base no panorama nacional, fermentou um retrocesso às lutas dos trabalhadores, com a disseminação do retorno à cooptação generalizada de um governo que veio para mudar. Ao contrário, firmou-se um conjunto de dirigentes voltados ao peleguismo.
Dentro do sindicalismo petroleiro, como não podia deixar de ocorrer, ressurgiu no Sindipetro do Litoral Paulista a semente da discordância a esse desvio, com um grupo que, mesmo apoiando a entrada de um governo de esquerda, não aceitou ser montado por ele e pelos seus dirigentes sindicais nacionais.
Esse grupo teve na presença do Waldomiro Pereira dos Santos Filho, o Miro, sindicalista de primeira linha. Dentro da RPBC [Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão], inclusive, ele sempre se destacou pela luta intransigente em defesa da saúde e segurança do trabalhador.
Miro foi o polo centralizador na busca de uma nova frente de luta nacional da categoria. Essa semente, batizada de Frente Nacional dos Petroleiros, FNP, teve no Miro um batalhador incansável e, muito além disso, um excelente negociador político sindical que, a partir do Confup de 2006, realizado em São Paulo, em encontros e conversas paralelas, selou o nascimento dessa frente, que, anos depois, deu lugar à Federação Nacional dos Petroleiros.
Esse mesmo grupo que havia conseguido vencer as eleições no Sindipetro LP, derrubando o poderoso grupo liderado pela FUP, indicou o Miro como coordenador dessa nova diretoria. Sob sua coordenação, houve grandes enfrentamentos contra o domínio que o novo peleguismo vinha provocando dentro da Petrobrás e do seu Fundo de Pensão, com alterações graves em ambos com alterações em políticas salariais e nos regulamentos do fundo.
A principal delas, o Acordo de Obrigações Recíprocas (AOR), assinado pela FUP, teve no Sindipetro do Litoral Paulista o seu principal combatente e na diretoria liderada pelo Miro, o principal apoio contra esse acordo. De tal forma que, mesmo assinado nacionalmente, o número de participantes que aceitaram na base do LP foi exatamente inverso ao número daquilo que ocorreu em todo País. A repactuação no LP teve somente 25% de participantes contra 75% que não aceitaram o Acordo. Nacionalmente, 75% dos participantes assinaram o AOR caindo no engodo do RH da Petrobrás e no trabalho da FUP. O resultado dessa tragédia é o tamanho do déficit que os participantes da Petros pagam hoje: R$ 40 bilhões!
O entendimento do prejuízo que esse AOR causaria foi assimilado de imediato pela diretoria do Miro e, sob sua coordenação, foi montado um grupo homogêneo que atuou em todas as frentes de luta, esclarecendo e debatendo com os dirigentes da empresa e da própria FUP que não conseguiam responder às questões que lhes eram apresentadas.
Num primeiro momento, o AOR foi repudiado nacionalmente, a partir do trabalho iniciado efetivamente aqui no LP, ele se tornou um problema político para a FUP que, negando seu passado, optou por atuar de mãos dadas com a empresa para destruir o nosso atual PPSP, criando um novo plano o PP2.
Miro, PRESENTE!!!