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Rosângela Ribeiro Gil
Redação ABCP
A data 8 de março está inscrita no calendário mundial não para ser mais um dia para o comércio aumentar suas vendas com todo tipo de presente que se pretende para a mulher – de batom, bombom a rosas e outros tipos de “mimos”.
Oito de março simboliza a luta das mulheres trabalhadoras que não aguentavam mais serem exploradas no “chão de fábrica” pelos patrões capitalistas.
São muitas as lutas das trabalhadoras que compuseram a data que hoje conhecemos como o Dia Internacional da Mulher.
Destacamos uma para reverenciar todas as lutadoras que ousaram dizer: Basta!
Em 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, localizada na cidade estadunidense de Nova Iorque, pararam suas atividades. Exaustas, cansadas de tanta exploração iniciaram uma grande greve.
As operários ocuparam a fábrica e reivindicaram melhores condições de trabalho.
Exigiam redução na carga diária de trabalho para dez horas, pois os patrões fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário. Equiparação de salários com os homens, pois as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho.
Os patrões reprimiram a justa luta com grande violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.
Portanto, o nosso 8 de Março não é uma data festiva. É uma data para lembrarmos da luta necessária para que sejamos respeitadas num sistema que exploração nossos corpos, nossos corações, nossos desejos, nosso trabalho. Enfim, que explora nossas vidas!
Passados 165 anos da greve das tecelãs, seguimos sendo exploradas, com nossos direitos negados, enfrentando a violência doméstica e social, o feminicídio, o abuso, o assédio moral e sexual, sendo precarizadas nos cargos e no salário.
Seguimos fazendo jornadas múltiplas com nossos corpos violentados e abusados.
Oito de março não é dia de recebermos batom, rosas ou qualquer outro tipo de presente, a data é para lembrarmos que antes de nossas mulheres foram à luta para exigir direitos iguais e respeito.
Neste 2022, no Brasil, a luta se tornou ainda mais imprescindível, pois vivemos a regressão moral, material e humana com um governo que não se sente envergonhado em se assumir machista, misógino.