Redação ABCP

Há 38 anos, os petroleiros da RPBC lutaram contra a mudança dos turnos! A proposta da empresa, à época, era passar de cinco grupos de 6 horas para quatro grupos de 8 horas, pagando-se um adicional de 32%. A categoria não teve dúvida: foi à luta, se organizou e disse NÃO! Graças à luta temos cinco grupos no turno.

Como foi a luta
A diretoria da RPBC, daquela época, estava chamando o operador individualmente para assinar a adesão à proposta de 8 horas com redução de um grupo. Diante disso, numa assembleia da categoria, decidiu-se parar a Refinaria.

Como foi a luta: em cada rendição o grupo permanecia na empresa, quando chegou no terceiro grupo a empresa recuou e desfez o que tinha feito até então. Uma vitória da categoria que só foi possível com luta organização e com ocupação!

Nenhum petroleiro furou a luta! Sem luta não vamos a lugar nenhum que seja bom.

Porque disse não
O que foi dito e entendido há 38 anos pelos companheiros petroleiros da RPCB vale para hoje, dezembro de 2021:

É pela saúde
“Não fosse o turno de 6 horas cerca de 10% dos companheiros que ainda estão vivos, alguns ainda trabalhando e outros já aposentados, estariam enterrados, sete palmos abaixo do chão. Em outras palavras: estariam mortos!”

É pelo emprego
Não bastasse isso, com a implantação do turno de 8 horas centenas de companheiros estariam no olho da rua. Ou seja, seriam demitidos por uma decisão ruim dos seus próprios companheiros!

É pela dignidade
Até mesmo aqueles que estão aceitando trabalhar mais horas no turno não terão garantia de emprego. A ganância leva muitos a se iludirem. A traição é fardo pesado demais para se carregar em vida. Judas não conseguiu.

Muita informação e debate!
Os petroleiros, em 1984, realizaram intensos debates, tiveram bastante informação. E o posicionamento do Sindicato não deixou dúvida a ninguém: foi contra a proposta da empresa!

Não estamos falando de uma jornada de 12 horas em qualquer área ou processo produtivo. Estamos falando de uma área de grandes riscos, com muita periculosidade.

Pare, pense e responda

1- A empresa está preocupada em nos beneficiar?
2- A empresa realmente está preocupada em nos deixar mais tempo com as nossas famílias?
3- A empresa realmente está preocupada com a nossa saúde?
4- Existe almoço ou jantar de graça?
5- Por que a empresa está vindo com essa proposta agora?
6- Lá na frente a empresa vai contratar mais gente ou não vai?
7- Lá na frente a empresa vai tirar a quinta turma?