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A economia brasileira e a indústria no Brasil após 1980

20/07/2021

  

A economia brasileira e a indústria no Brasil após 1980

Redação ABCP

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) publicou, no início de julho último, mais uma Nota Técnica avaliando a conjuntura econômica do Brasil. É um esforço importante para que a sociedade brasileira compreenda o que acontece na economia e como decisões equivocadas dos governos significam piores condições de vida e de trabalho para todos. A seguir, reproduzimos alguns trechos da Nota Técnica 259, “A desindustrialização e o setor automotivo: retomada urgente ou crise sem fim”:

Os esforços para o desenvolvimento nacional em diversos períodos da história tiveram como foco a industrialização do país. Todavia, a indústria nacional, símbolo maior do desenvolvimento econômico brasileiro no século XX, tem apresentado capacidade reduzida de reação frente à crise econômica atual, tendo contribuído fortemente para isso as escolhas adotadas nos anos 1980/1990 e, mais recentemente, a partir de 2015.

No período de maturação da indústria nacional, entre 1930 e 1980, observou-se a consolidação do paradigma tecnológico da 2ª Revolução Industrial, baseado nos setores metalmecânico e químico. Ainda que tardiamente, o Brasil conseguiu implantar um parque industrial integrado e diversificado, sobretudo ao longo das décadas de 1960 e 1970, com forte apoio e investimento estatal.

Apesar desse processo relativamente rápido de industrialização, a produção nacional entrou em crise a partir de 1980, com maior intensidade em dois períodos distintos.

No primeiro período, entre 1981 e 1999, observou-se um cenário de grande instabilidade da economia, que oscilou entre períodos recessivos e de razoável crescimento. Tal instabilidade iniciou-se a partir da crise da dívida externa e a consequente recessão dos primeiros anos da década de 19801 (queda do Produto Interno Bruto de 6,28%, entre 1981 e 1983), bem como da escalada descontrolada dos preços, num processo que beirou a hiperinflação em vários momentos da década.

No dia da posse de Fernando Collor de Mello, em 15 de março de 1990, o novo governo adotou um plano de estabilização monetária extremamente contracionista, que resultou numa nova recessão entre 1990 e 1992 (queda do PIB de 3,89%). Junto com o plano, o governo Collor inaugurou uma política de abertura comercial indiscriminada, com forte redução dos impostos de importação, que afetou os diversos setores da produção nacional, levando as empresas a um processo intenso de reestruturação produtiva e organizacional, em busca de competitividade com os produtos importados, com consequências trágicas sobre o nível de emprego: a Taxa de Desemprego Total na Região Metropolitana de São Paulo salta de 10,3%, em 1990, para 19,3%, em 19993 . A eficácia do Plano Real, a partir de meados de 1994, foi assegurada com base em duas medidas de política econômica com severas consequências para o setor produtivo nacional: a sobrevalorização do real frente ao dólar, que barateia as importações (conhecida como “âncora cambial”) e a manutenção de elevadas taxas de juros (âncora monetária”), para atrair a entrada de dólares e reduzir o déficit externo, decorrente da balança comercial negativa, provocada pelo forte aumento das importações.

Entre 2004 e 2008, já no governo Lula, a economia volta a crescer de forma mais sustentada, estimulada por um cenário externo de aumento da demanda e dos preços das chamadas “commodities”, produtos agrícolas e da indústria extrativa de baixo valor agregado (soja, açúcar, milho, petróleo cru, minério de ferro) e por um aumento da demanda interna, resultado de políticas de transferência de renda (como o programa Bolsa Família, a partir do final de 2003 e, posteriormente, pela política de valorização do Salário Mínimo e o incentivo à construção civil, com o programa Minha Casa, Minha Vida”.

Leia a Nota Técnica, na íntegra, clicando aqui.