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Artigo - A crise sanitária afunda a economia

11/05/2021

  

Artigo - A crise sanitária afunda a economia

Clemente Ganz Lúcio*

O Brasil passa por um dos mais graves períodos da sua história recente. A crise sanitária que assola o mundo, adquire dimensões dramática com o desgoverno de Jair Bolsonaro, que impediu a coordenação nacional de enfretamento da pandemia, estimulou o descumprimento dos protocolos de proteção (uso de máscaras e distanciamento), não cuidou da economia e não comprou as vacinas no tempo certo. 

A crise econômica que vem de antes da pandemia, tornou-se ainda mais extensa. O desemprego atinge mais de 14 milhões de pessoas; 32 milhões estão com jornadas parciais, contratos precários e flexíveis e com baixos salários; 6 milhões estão desalentados e 34 milhões são trabalhadores informais, sem proteção laboral e social. 

O país também não tem estratégia econômica de enfretamento da crise. O governo encerrou o auxílio emergencial e a proteção dos empregos e dos salários. Mais de 80 milhões de pessoas ficam desprotegidas. As micro, pequenas e médias empresas estão sem amparo. O novo auxílio emergencial equivale a R$ 5,00 por dia, por 4 meses e para uma população menor. Sem renda, o consumo cai, a produção para, o desemprego chega e o salário acaba. O facão do desemprego corre solto, a carestia aperta, a pobreza, a miséria e a desigualdade aumentam. Uma  péssima gestão do governo federal da crise sanitária afunda ainda mais a economia. O governo só pensa em ajuste fiscal – cortar gastos sociais e de saúde -, em privatização – vender as empresas públicas -, em destruir o meio ambiente e em desqualificar o Brasil diante do mundo. O país vive um processo de desmonte e destruição jamais visto na sua história. Reconstruí-lo será um desafio que requererá muita unidade e um projeto de recuperação e de desenvolvimento.

* Sociólogo, assessor do Fórum das Centrais Sindicais. Foi diretor técnico do DIEESE. (2clemente@uol.com.br)