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Clemente Ganz Lúcio*
O Brasil passa por um dos mais graves períodos da sua história recente. A crise sanitária que assola o mundo, adquire dimensões dramática com o desgoverno de Jair Bolsonaro, que impediu a coordenação nacional de enfretamento da pandemia, estimulou o descumprimento dos protocolos de proteção (uso de máscaras e distanciamento), não cuidou da economia e não comprou as vacinas no tempo certo.
A crise econômica que vem de antes da pandemia, tornou-se ainda mais extensa. O desemprego atinge mais de 14 milhões de pessoas; 32 milhões estão com jornadas parciais, contratos precários e flexíveis e com baixos salários; 6 milhões estão desalentados e 34 milhões são trabalhadores informais, sem proteção laboral e social.
O país também não tem estratégia econômica de enfretamento da crise. O governo encerrou o auxílio emergencial e a proteção dos empregos e dos salários. Mais de 80
milhões de pessoas ficam desprotegidas. As micro, pequenas e médias empresas estão sem amparo. O novo auxílio emergencial equivale a R$ 5,00 por dia, por 4 meses e
para uma população menor. Sem renda, o consumo cai, a
produção para, o desemprego chega e o salário acaba.
O facão do desemprego corre solto, a carestia aperta,
a pobreza, a miséria e a desigualdade aumentam. Uma
péssima gestão do governo federal da crise sanitária afunda ainda mais a economia. O governo só pensa em ajuste
fiscal – cortar gastos sociais e de saúde -, em privatização – vender as empresas públicas -, em destruir o meio
ambiente e em desqualificar o Brasil diante do mundo. O
país vive um processo de desmonte e destruição jamais
visto na sua história. Reconstruí-lo será um desafio que
requererá muita unidade e um projeto de recuperação e
de desenvolvimento.
* Sociólogo, assessor do Fórum das Centrais Sindicais. Foi diretor técnico do DIEESE. (2clemente@uol.com.br)