O professor Ildo Sauer, especialista na área de energia, com ênfase em organização da indústria de energia, conversou com alunos da UNIFESP, campus Carvalho de Mendonça na noite de terça-feira (9).

Sauer falou sobre o início da exploração do petróleo no país, separando em quatro fases.

Fase 1, chamada por ele de fase Heróica, período em que a Petrobrás deveria encontrar o petróleo, extrair, distribuir e produzir derivados por todo o país, atendendo de início o mercado interno.

Fase 2, início da exploração em águas profundas. A partir de 71, com o aumento do petróleo importado taxado pelos países produtores de petróleo (Opep), com valores muito acima do custo de produção, a Petrobrás passou a procurar petróleo em águas profundas, encontrando a Bacia de Campos e aumentando com isso a produção nacional de petróleo.

Fase 3, inicia com a Petrobrás como empresa integrada de energia, do poço ao posto, com linhas de gasodutos,desenvolvimento de outras energias de fontes como biocombustíveis, termelétricas, energia eólicas, fotovoltaica e fertilizantes. Nessa fase, a Petrobrás foi reconhecida mundialmente como a primeira petrolífera com um projeto de transição energética. A terceira fase foi marcada pela última grande descoberta de reserva de petróleo no mundo, o pré-sal, alçando a companhia como a sétima maior empresa de energia do mundo, e o Brasil como o terceiro com maior reserva de petróleo.

A fase 4, atual, passou a ser colocada em prática a partir de 2012, quando o governo e as diretorias da Petrobrás que se seguiram passaram a desmontar a cadeia integrada de produção, vendendo ativos valiosos e estratégicos para a empresa e o país.

Ildo Sauer defende que o país irá perder muito com a venda de ativos da empresa. Além da receita gerada pela Petrobrás, perderemos em tecnologias, investimento em pesquisas, empregos, soberania dentre outros ataques.

Essa fase está em pleno andamento e assim como em outros momentos da história da Petrobrás, como na década de 90 durante o período de privatizações de Fernando Henrique Cardoso, a sociedade foi contra o modelo de empresa que se apresentava, defendendo o formato estatal. Para Sauer, o mesmo se espera agora.