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O presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, disse, durante um evento na Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro, na sexta-feira (15), que a privatização da companhia “foi sempre o sonho”.
“Como liberal, somos contrários a empresas estatais. Petrobrás também privatizada e o BNDES extinto, esse seria o meu sonho. (…). Na América Latina, temos um exemplo de estatal bem-sucedida, que é a Codel, do Chile, maior produtora de cobre do mundo. Já que não podemos privatizar, nem temos mandato para isso, vamos transformar a Petrobrás no mais próximo possível em uma empresa privada”, disse.
Ele defendeu a privatização de 99% das estatais. Uma das poucas exceções seria o Banco Central. No entanto, há muito que a autoridade monetária é controlada pelos bancos privados, inclusive os estrangeiros, para manter os juros no estratosfera.
No Brasil, podemos citar como privatização “bem sucedida” o caso da Vale. Formou um cartel com as anglo-australianas BHP Billiton e a Rio Tinto para controlar o comércio mundial de ferro.
Privatizada, seu objetivo principal é o lucro máximo, pouco se lixando para a segurança, por exemplo. Resultado: as tragédias de Mariana (19 mortos e contaminação de parte do Rio Doce) e Brumadinho (206 mortos, 102 desaparecidos).
Castello Branco é um dos Chicago’s Boy colocado no governo por Bolsonaro. Ele já foi membro do Conselho de Administração da Petrobrás (2015-2016), por indicação da Sra. Rousseff. Também foi diretor e economista-chefe da Vale (1999-2014).
O presidente da Petrobrás estimou a venda de ativos em US$ 10 bilhões nos primeiros quatro meses deste ano, o tal de “desinvestimento”: “Tudo vai depender do mercado, da velocidade que vamos conseguir imprimir ao portfólio de desinvestimento”.
Castello Branco voltou a criticar o regime de partilha nos contratos do pré-sal, cuja propriedade das jazidas é da União. Para ele, bom mesmo é o regime de concessão, que tem como dono do petróleo a empresa que produz.
Nos últimos leilões nos dois regimes, a Petrobrás tem participado timidamente, permitindo o avanço do cartel internacional do petróleo (ExxonMobil, Shell, Chevron, BP e Total).
Ele reiterou que a Petrobrás lançará em breve um programa de demissão voluntária.
Fonte: A Hora do Povo