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Petrobras espera vender US$ 10 bilhões em ativos no 1º semestre, diz presidente da companhia
18/03/2019
O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, disse nesta sexta-feira (15) que a companhia irá arrecadar somente no primeiro semestre deste ano cerca de 70% do que recebeu em 2018 com a venda de ativos. O programa de desinvestimentos da empresa, ele reiterou, tem como foco concentrar as operações na exploração o pré-sal.
O montante esperado corresponde a 71% dos US$ 14 bilhões arrecadados no ano passado.
Castello Branco lembrou que, em 2018, a Petrobras registrou seu primeiro lucro contábil após quatro anos consecutivos de prejuízos. “Isso é fantástico, mas nós estamos muito atrás. Isso é fruto da excessiva interferência estatal na empresa”, enfatizou.
Para melhorar o desempenho financeiro, ele defende a melhora na alocação de capital. “Isso significa o foco em ativos onde nós somos o dono natural, de onde podemos extrair o máximo possível”, disse, apontando a camada o pré-sal como o ativo principal da companhia hoje.
Segundo Castello Branco, quatro empresas já o procuraram querendo se associar à Petrobras para a exploração de águas profundas. “Ninguém veio celebrar a Petrobras pelas nossas refinarias e campos maduros”, disse.
Refino e distribuição são os ativos que a companhia quer se livrar com prioridade. “São exatamente os ativos que outros podem explorar melhor. Esses ativos podem gerar muito mais valor para a economia brasileira nas mãos de outros e nós podemos usar esses recursos para investir mais nas áreas prioritárias”, defendeu.
Castello Branco ressaltou que a Petrobras “não quer ser monopolista de nada”. Atualmente, a estatal tem 98% da capacidade de refino no país. “Isso é um absurdo. Vamos vender refinarias para tirar qualquer tentação de exercício do poder do monopólio”.
Sonho de privatizar a Petrobras
Logo no início de sua palestra, Roberto Castello Branco endossou a opinião dos presidentes do Banco Central, Joaquim Levy, e do Banco do Brasil, Rubens Novaes, em defesa da privatização da grande maioria das empresas públicas. Todos participaram do evento promovido pela FGV voltado à discussão sobre a chamada nova economia liberal.
“Com exceção do Banco Central, o Banco do Brasil deveria ser privatizado, a Caixa Econômica privatizada e o BNDES, extinto, e a Petrobras também privatizada. Esse sempre foi meu sonho”.
Ele comparou a postura brasileira diante da americana em relação ao intervencionismo estatal. “Para os americanos a empresa privada é prioritária. Aqui no Brasil é exatamente o inverso”, disse. Segundo ele, é essa visão que criou “um problema muito sério em termos de crescimento econômico”.
Fonte: G1