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Desde 2000, ao menos 884 serviços foram reestatizados no mundo, segundo um cálculo feito pelo TNI (Transnational Institute), centro de estudos em democracia e sustentabilidade sediado na Holanda. Países centrais do capitalismo, como EUA e Alemanha, registraram maior número de reestatizações.
A explicação para esse movimento é que as empresas privadas priorizavam o lucro e os serviços estavam caros e ruins, segundo o TNI. Análise de dados entre 2000 e 2017 apontam registros de casos de serviços públicos essenciais que vão desde fornecimento de água e energia e coleta de lixo até programas habitacionais e funerárias.
Segundo o UOL, o término de contratos de concessão que não são renovados é a forma mais clássica de “desprivatização” que aparece entre os mais de 800 casos levantados.
Rompimento antecipado de contrato, como aconteceu com a PPP (Parceria Público-Privada) do metrô de Londres em 2010, e mesmo recompras milionárias de infraestruturas que haviam sido vendidas, como vêm fazendo diversas cidades alemãs com suas distribuidoras de energia, são outros casos recentes.
Essa tendência foi encontrada na Alemanha, França, EUA, Canadá, Colômbia, Argentina, Turquia, Mauritânia, Uzbequistão e Índia são alguns deles.
Na Alemanha, por exemplo, foram 348 reestatizações, a maioria no setor de energia. O governo havia vendido parte ou a totalidade das redes municipais para investidores privados entre a década de 1990 e início dos anos 2000. E passou a comprá-las de volta de 2007 em diante.
A França registra 152 reestatizações, que ocorreram depois que Paris não quis mais renovar a concessão dos serviços de água e esgoto da cidade.
Nos Estados Unidos o número chega a 67, entre contratos de água e de energia. A primeira a se movimentar foi a cidade de Atlanta, que cancelou em 2003 a concessão de água feita em 1999. O contrato deveria durar até este ano, mas reclamações de falta de água e má qualidade levaram à interrupção.
O Reino Unido soma 65 reestatizações, uma delas colocando fim ao rompimento de uma parceria público-privada para a expansão do metrô que tinha desde 2003. Foi necessário desembolsar 310 milhões de libras para comprar de volta a parte da parceira privada.
Na Espanha, entre os 56 serviços que deixaram de ser privatizados, está a distribuição de água.